Emílio Stein

27/11/1940

Emílio Stein

Texto por Keila Gomes

Emílio Stein nasceu em Antuérpia, em 1913, e chegou ao Brasil com seus pais, utilizando documentos falsos. Provavelmente de descendência alemã, essa migração reflete o movimento pós-guerra de alemães que buscaram refúgio no Brasil através de identidades fictícias.

Aos oito anos de idade, Emílio já trabalhava no barracão dos progressistas em 1922. Porém enfrentou uma derrota para os Furrecas, cujo cenógrafo era Miguel Bilota. Dessa perda, emergiu sua carreira de carnavalesco e posteriormente como professor de desenho na Universidade do Distrito Federal. Sua formação incluiu a Escola de Belas Artes em 1934, onde estudou com pintores renomados como Candido Portinari.

Em 1937, ele desempenhou o papel de escultor dos Progressistas, sociedade musical carnavalesca do Matadouro. Sua especialização em modelagem o colocou à frente da confecção de carros alegóricos. Apesar da formação e prestígio, Emílio Stein era voluntário no Carnaval de Santa Cruz, contribuindo para um estilo distinto na celebração. A integração com a tradição musical local, proveniente da época jesuítica e das sociedades Francisco Braga e 24 de fevereiro, influenciou o evento.

Em 1938, como cenógrafo, ele venceu o Carnaval de Santa Cruz e conquistou o Bronze Almeida Reis para o Clube Progressistas, consolidando sua posição após vitórias consecutivas em 1936, 1937 e 1938.

O Carnaval de Santa Cruz, originado com caráter internacional e apoio da comunidade sírio-libanesa, sobressaiu-se pela autenticidade e qualidade. Com a presença de artistas e escultores renomados, incluindo Emílio Stein, a festa destacou-se como uma das mais aguardadas e democráticas do bairro.

Emílio Stein, voluntariamente, foi uma das estrelas que contribuiu com seu talento para essa celebração única. Seu legado e de outros artistas notáveis emprestaram brilho e originalidade ao Carnaval de Santa Cruz, transformando-o em uma joia cultural que unia pessoas de diversas origens em torno da alegria, criatividade e tradição.

Fotografia em preto e branco da carteira de identidade do escritor Emílio Stein. No lado esquerdo, tem os dados do escritor e dois selos; e, no lado direito, uma foto 3x4, a impressão digital, e a assinatura.
Identidade de Emílio Stein. Fonte: Arquivo Nacional.    

REFERÊNCIAS

CASTILHO, G. A. de. O ultra esplêndido carnaval na Terra das Maravilhas: As artes visuais na festa de Momo do subúrbio de Santa Cruz (1904-1980). 2019. Tese (Mestrado em Artes Visuais) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

PINTO JÚNIOR, Anibal. Técnica entra em nova fase: escola. Correio da Manhã, mar. 1967. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_07&pagfis=80821&url=http://memoria.bn.br/docreader#. Acesso em: 2 jun. 2023.

WILD, Bianca. Eu sou da Lira! Carnavais e Heróis de Santa Cruz RJ. Recanto das Letras, 2018. Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-cultura/6244149. Acesso em: 2 jun. 2023.

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Published in 10/11/2023

Updated in 9/03/2024

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