Correios e Telégrafos

22/11/1842

Correios e Telégrafos

Texto por Keila Gomes

A história dos correios no Brasil começa em 1663, ainda na época da colônia. As cartas (ou missivas) eram o principal meio de comunicação existente. Temos a primeira carta ainda no período das descobertas, com a famosa carta de Pero Vaz de Caminha, que retratou como era a região brasileira em 1500. 

Em 25 de janeiro de 1663, é instituído o serviço de postagem nacional, e o cargo de correio-mor é delegado ao alferes João Cavalleiro Cardozo. Atualmente esse dia se configurou como também o Dia do Carteiro.

Em 1773 é iniciado o serviço de comunicação terrestre entre Rio de Janeiro e São Paulo e em 1798 a administração dos correios passa a ser no Rio de Janeiro.

Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, temos a criação do cargo de Administrador Geral dos Correios. Em 1812 houve a nomeação dos primeiros agentes dos correios, trabalhando inclusive a adoção da entrega domiciliar de correspondência; bem como do uso de uniforme, com bolsa de cartas a distribuir e outra para a introdução de cartas pelos transeuntes. A entrega domiciliar de correspondências começa em 1835, mas só no Decreto n˚255 de 29 de novembro de 1842, que a palavra “carteiro” foi usada oficialmente pela primeira vez. Também foi instituído o uso de selo postal como vemos em um trecho do decreto:

Art. 5º Os portes serão pagos em papel selado, ou selo do valor de trinta, setenta, noventa réis, na forma constante do modelo nº 1.

Art. 7º Serão fixados no sobrescripio (sic) tantos selos, quanto perfizerem a importância do porte da carta, ou papel.

Art. 9º Antes da remessa das cartas, o Administrador do Correio mandará imprimir no selo um carimbo, que o inutilize, sem que, contudo, o destrua.

O Decreto n˚255 também previa a perda da comodidade de receber as correspondências em casa para aqueles que maltratassem o profissional. A primeira agência de correios se instalou no mesmo ano, a mando de Dom Pedro II, em Santa Cruz, devido a sua importância na época do Império e sua localização geopolítica, na antiga rua do Comércio, onde é atualmente a rua Senador Camará.

Fotografia em preto e branco de uma agência dos Correios, ao centro, em que é possível  visualizar desde a fachada até os fundos. Encostados na estrutura e olhando para a  fotografia, estão quatro homens, vestindo ternos e chapéus. No canto inferior esquerdo,  há uma mulher e uma criança. No canto inferior frontal, segue-se a calçada do terreno,  que antecede o asfalto.
Correios e Telégrafos de Santa Cruz. Foto por Augusto Malta, 1927. Fonte: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro - AGCRJ.   
Fotografia em preto e branco de um grupo de pessoas. À frente, cinco homens e uma  mulher, distribuídos três em cada canto , esquerdo e direito, respectivamente. Os homens  estão vestindo ternos e a mulher vestido. Em cada canto, um deles está sentado em uma  cadeira, apoiando-se sobre uma mesa de madeira, enquanto os outros dois estão em pé  atrás. Ao fundo, janelas quadrangulares dividem o espaço com papéis de parede  estampados.
Antigos funcionários da agência dos Correios em Santa Cruz, o bairro teve a 1ª agência do Brasil. Fonte: Jornal Quarteirão, edição 123 de julho/agosto 2017. Acervo NOPH.   

REFERÊNCIAS

LOPES, Domingos de Castro. O correio brasileiro: notícia histórica. Rio de Janeiro: Tipografia do Jornal do Comércio, de Rodrigues & C., 1909. 

MOURA, Fernando.  Correios: uma história de cinco séculos. Disponível em:  https://bit.ly/2JyJxSF. Acesso em: 10 jun. 2008. 

PEREIRA, Flávio; OLIVEIRA FILHO, J. Subsídios históricos e estatísticos de Correios e Telégrafos. Rio de Janeiro: Oficina dos Correios e Telégrafos, 1938.

BRASIL. Decreto nº 255, de 29 de novembro de 1842. Coleção de Leis do Império do Brasil. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1842.

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Published in 10/11/2023

Updated in 22/02/2024

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