Sede Administrativa do Matadouro - Palacete Princesa Isabel

1884

Sede Administrativa do Matadouro - Palacete Princesa Isabel

Texto por Thamires Siqueira

Imponente e representativo do bairro, o Palacete do Matadouro, faz parte da memória e história presente da região de Santa Cruz.

Fotografia do palacete branco, com janelas e portas azuis, mostrando a entrada e a  lateral, em dia ensolarado. No canto superior, as copas das árvores aparecem contra o sol.
Palacete da Princesa Isabel, antiga sede administrativa do Matadouro. Foto por Mônica Parreira.    

O prédio, inaugurado em 1881 com a presença do Imperador Pedro II, possui aspecto neoclássico e ao seu redor se encontra um jardim projetado pelo francês Marie Glaziou, também responsável por outros jardins da cidade, como os da Quinta da Boa Vista e o do Campo de Santana. 

Fotografia colorida do segundo andar do Palacete da Princesa Isabel, em dia ensolarado. O  palacete é branco, com oito sacadas azuis, aparentes na foto, tirada de baixo para cima.  Há uma palmeira de cada lado da foto, deixando a entrada principal livre.
Palacete da Princesa Isabel, hoje Centro Cultural. Novembro de 2023. Foto por Vitor Tavares.    
Fotografia em preto e branco de um grupo de jovens, em pé na frente do Palacete, em dia  de sol. Todos estão na sombra de uma grande árvore, com a copa repleta de folhas.
Palacete da Princesa Isabel. ocupado por estudantes. Foto por Mônica Parreira.    

Ele foi inicialmente construído como sede administrativa e financeira do Matadouro Público de Santa Cruz. Funcionou como residência da diretoria e dos médicos que trabalhavam no matadouro. Pouco depois, deu início ao seu viés escolar, ao abrigar em 1886 a Escola Santa Isabel para filhos de funcionários do Matadouro.

Conforme o abatedouro se tornou defasado no início da República, o prédio perdeu a necessidade de suas funções administrativas. Assim, a escola ocupou todo o palacete, somente mudando sua nomenclatura ao longo dos anos: para Escola Estados Unidos, e, depois, Escola Princesa Isabel (que funciona até hoje em um prédio anexo).

Ao receber o nome de Palacete Princesa Isabel, muitas lendas foram criadas sobre o prédio: muitos moradores se confundem ao afirmarem ter sido o estabelecimento a casa da Princesa Isabel, que nunca lá morou. Outros confundem o prédio como tendo sido a sede da Fazenda Real de Santa Cruz, que é na verdade o atual Batalhão Villagran Cabrita, que era tido como casa de veraneio da Família Real.

Atualmente, o prédio permanece com seu olhar educacional e cultural, ao atuar como um centro cultural, no qual funcionam uma biblioteca, diversos cursos gratuitos para a comunidade (como música e dança), e como sede do Núcleo de orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz- NOPH, e com exposições.

Ao se tornar um símbolo histórico para o bairro, foram importantes as lutas para a manutenção e preservação do prédio (que já pegou fogo duas vezes). Assim, desde 1984, o prédio é tombado como patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro, pelo Decreto Municipal n° 4.538, por suas características arquitetônicas e importância histórica.

Fotografia colorida do palacete da Princesa em ruinas, sem portas, janelas e telhado.
Palacete Princesa Isabel, antiga sede administrativa do Matadouro de Santa Cruz e Colégio Princesa Isabel, junho de 1985. Autor Desconhecido. Acervo NOPH.    
Fotografia colorida de uma das paredes do palacete em ruinas. O palacete está sem  telhado e janelas, com paredes muito sujas, descascadas, com barro e tijolos a vista.
Palacete Princesa Isabel, antiga sede administrativa do Matadouro de Santa Cruz e Colégio Princesa Isabel, dezembro de 1986. Autor Desconhecido. Acervo NOPH.    

Conheça mais:

Decreto nº 4.538 de 7/5/1984

REFERÊNCIAS

ENGEMANN, Carlos. Santa Cruz: de legado dos jesuítas à pérola da coroa. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. 

FREITAS, Benedicto. Santa Cruz: fazenda jesuítica, real, imperial. Rio de Janeiro: Folha Carioca, 1985.

NOPH. Consulta às caixas-arquivo do Palacete Princesa Isabel.

SIQUEIRA, Thamires de Assis Alves. Cultura para quem? Reflexões sobre políticas públicas e direitos culturais na Zona Oeste carioca. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Museologia) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.

RIO DE JANEIRO (Município). Decreto municipal n° 4.538. Determina o tombamento do exemplar arquitetônico que menciona. Câmara Municipal do Rio de Janeiro, 1984. Disponível em: https://www.rio.rj.gov.br/web/arquivogeral/decretos-municipais-do-rio.

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Published in 10/11/2023

Updated in 26/04/2024

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